Fatos...
Para algum dia eu lembrar que houve um 31 de Dezembro... desta vez o de 2003.
Há dez anos atrás estava eu ganhando meu Super Nintendo, e pouco fazia senão jogar Super Mario World o dia inteiro, o que me consumia o tempo de ficar parado pensando na vida, refletindo sobre a passagem do próprio tempo.
Hoje meu brinquedo cresceu, evoluiu e se tornou um computador forte e sadio, com essa tal de internet para me tomar o mesmo tempo de antes, só que este agora um tempo novo. De qualquer maneira, nenhum dos dois volta atrás.
Há dez anos, em 94, minha vida era repleta de RPG, Dungeons & Dragons, aqueles livros-jogos do Peter Jackson, e logo em seguia ia pro terreno baldio catar insetos pra pregar no isopor do meu trabalho de biologia. Até os monstros do RPG eram mais bonitos.
O Tetra já vai fazer dez anos, com aquele gol de falta do Branco sobre a Holanda, que até hoje efeito especial algum da Light & Magic conseguirá imitar. Mas eles estão perdoados, pois sabem fazer bons sabres de luz.
A choradeira na escola pela morte do Senna já vai subir o degrau de uma década, e mesmo assim ainda lembro com clareza as músicas que eu gravava da rádio RPC no lado A daquela fita Chrome Extra da Basf, que julgava eu ser de uma qualidade sonora insuperável.
No Natal daquele ano, ganhei uma bicicleta, Aluminum da Caloi, que até hoje acho a bicicleta mais linda do mundo, com aquela cor de bronze metalizado que ninguém mais tinha, sobre a qual tentava altas manobras que me invejaria ver hoje em dia. Num mover de casas decimais, tento não deixar o carro morrer numa ladeira.
Engraçado isso. De repente sua vida vira um passado.
E todos os detalhes de sua existencia se tornam uma mera questão de reaprender coisas em níveis diferentes.
Conviver com pessoas novas, deixar de conviver com pessoas, fazer, tentar, coisas que um champanhe de ano novo jamais podem prever. Se em todos os anos se desejam sempre as mesmas coisas, que pelo menos cada um se valha pela individualidade.
Então, por bons e maus momentos, com Deus no comando, que 2004 seja sempre 2004.
quarta-feira, dezembro 31, 2003
domingo, dezembro 21, 2003
O que afinal eh a certeza?
O fim de um ano se aproxima, destemido. Minhas memorias correm, loucas, de um lado para outro, colidindo informacoes conflitantes a respeito de um ano maluco que se finda. E a maior parte delas ainda acha que se trata de mais um 19xx...
Mas ja nao eh.
Tao certo como em outros anos, este ano tambem teremos retrospectivas, corridas de Sao Silvestre, fogos em Copacabana, especiais de Roberto Carlos, e mais quantos eventos a midia (leia-se Globo) julgar apropriados.
Tambem tivemos B'roz, Maria Rita e alguns outros, nos trazendo a certeza de um sucesso premeditado e "in"atural. No caso especÃfico de Maria Rita, nao eh sequer uma critica a sua capacidade criativa, mas uma dor de que o alarde que ela alcanca nao depende unicamente do talento da moca, mas de uma imposicao comercial exploratoria que poderia se dar exatamente da mesma maneira em diferentes epocas, com muitos outros artistas. Eh essa mesma, a formula do sucesso, que se extende repetidamente como uma cadência final que soh vai terminar com o seu dinheiro.
E teremos iemanjas aos montes em barquinhos brilhando a velas, com pedidos de uma paz que somente Deus pode conceder, simbolos de um Brasil cada vez mais confuso em seus caminhos e pessoas cada vez mais incertas do que acreditar. Deus tenha misericordia.
E tudo se baseia nisso, repeticoes. Ciclos de repeticoes. Essas que fixam uma musica em sua cabeca, essas que te deixam louco a cada vez que voces "dao um tempo", essas mesmas que voce jurou que eram a ultima vez.
E nunca de fato serao.
O fim de um ano se aproxima, destemido. Minhas memorias correm, loucas, de um lado para outro, colidindo informacoes conflitantes a respeito de um ano maluco que se finda. E a maior parte delas ainda acha que se trata de mais um 19xx...
Mas ja nao eh.
Tao certo como em outros anos, este ano tambem teremos retrospectivas, corridas de Sao Silvestre, fogos em Copacabana, especiais de Roberto Carlos, e mais quantos eventos a midia (leia-se Globo) julgar apropriados.
Tambem tivemos B'roz, Maria Rita e alguns outros, nos trazendo a certeza de um sucesso premeditado e "in"atural. No caso especÃfico de Maria Rita, nao eh sequer uma critica a sua capacidade criativa, mas uma dor de que o alarde que ela alcanca nao depende unicamente do talento da moca, mas de uma imposicao comercial exploratoria que poderia se dar exatamente da mesma maneira em diferentes epocas, com muitos outros artistas. Eh essa mesma, a formula do sucesso, que se extende repetidamente como uma cadência final que soh vai terminar com o seu dinheiro.
E teremos iemanjas aos montes em barquinhos brilhando a velas, com pedidos de uma paz que somente Deus pode conceder, simbolos de um Brasil cada vez mais confuso em seus caminhos e pessoas cada vez mais incertas do que acreditar. Deus tenha misericordia.
E tudo se baseia nisso, repeticoes. Ciclos de repeticoes. Essas que fixam uma musica em sua cabeca, essas que te deixam louco a cada vez que voces "dao um tempo", essas mesmas que voce jurou que eram a ultima vez.
E nunca de fato serao.
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