quinta-feira, outubro 10, 2002

Sensa��es estranhas...
Estar a divagar ouvindo Sigur Ros..."Njosnavelin"...at� que eu tinha algum preconceito com a banda...mas sei l�...nada que j� n�o tenha ouvido antes, apenas uma base lisergica e um maluco cantando incisos repetidos, mas tamb�m n�o � nada que n�o valha a pena ser ouvido novamente.
Tentando fazer breves por�m racionais an�lises a respeito do rumo das coisas. E cada vez mais percebendo que, enquanto poucos acertos s�o necessarios para consertar tudo que n�o segue po rum caminho transl�cido, outros poucos desacertos s�o capazes de tornar tudo opaco, again. E a�, talvez por falta de motiva��o, pensamos, "porque tentar tudo de novo, se eu sei qual vai ser o final?" responde-se da mesma maneira que ouvir uma m�sica que voc� j� sabe o que vem a seguir...e que por mais previs�vel que seja, ela ainda � capaz de gerar algum bem estar, embora caiba unicamente a voc� estar receptivo pra isso.
Espera-se algo novo. Mudan�a? Quanto maior ela for, maior ser� seu medo de enfrent�-la. Mudan�a gera choque, dizia fernando Pessoa. E eu digo, como lema de vida, que com tudo a gente se acostuma. Tanto faz ser o "tudo" algo bom ou ruim.
Ha dois anos atras, quando encarei uma rotina de trabalho e estudo do tipo 6 da manha/meia noite, no inicio achava que n�o iria aguentar, mas depois estava rindo � toa. Sarcasmo? Costume.
Encara-se a morte com a mesma frieza. N�s nos "acostumamos" com a id�ia de que Ayrton Senna morreu, por exemplo (se bem que isso me levou alguns tempo). Era t�o comum para n�s assistirmos �quele sujeito correr aos domingos, ganhando, levantando trof�us, e, de repente, *puft* e morto estava. "Foi a vida que parou? Ou o autom�vel?" diria Drummond, quando na verdade deveriamos olhar para o que n�o parou de fato: o tempo que nos fez aceitar isso como realidade, a realidade � qual n�o est�vamos acostumados.
Realidade. Realidade? Porque viver no mundo quando se pode viver em sua mente? N�o importa qual for a ilus�o que voc� alimenta, � sempre mais facil recorrer � ela. E por mais Vannila Sky que voc� possa ser, um dia voc� ver� que isso n�o basta, simplesmente, e ir� desejar a realidade de volta. "Viver � escrever sem borracha". Pra isso existem rascunhos. Pense antes de fazer, mas n�o deixe de fazer nada por ter que pensar. Ou se esfor�ar.
Acho que realmente devemos tirar proveito disso. Saber que sabemos nos acostumar com as coisas. E se tudo muda, sempre, essa � uma ilus�o de que tudo permanece o mesmo, pelo menos por um breve tempo, um tempo que chamamos de rotina.

E para sair desse marasmo de auto-ajuda que parece ter tomado conta do post, ou�amos um pouco de Aphex Twin. Porque se � pra mudar, ent�o vamos bagun�ar tudo de uma vez. Boh.

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