Hoje tive a not�vel experi�ncia de poder assistir ao document�rio "Onibus 174" e... nossa... assustador...
Enquanto que, por exemplo, em "Abra os Olhos" (vulgo Vannila Sky), voc� assiste ao filme e no final fica embasbacado e melancolicamente triste (n�o raro deprimido) ao saber que tudo � um sonho, em "Onibus 174" voc� sai do cinema com o mais tenso choque de ter experimentado a ponta da realidade que se esconde toda vez que fechamos o vidro fum� de nosso carro para evitar a abordagem de um menino de rua.
O filme n�o apenas se prende no incidente em que leva o nome, mas o usa como um exemplo, um medalh�o de um complexo jogo de causa-efeito intr�nseco em cada esquina, e embora alguns saiam da sess�o com todos os motivos para achar que tudo teve uma "causa", que toda aquela trag�dia bem ou mal pode ser "explicada" com os perfis do assaltante e com aquela sucess�o de tristes falhas.
E algo em tudo isso sempre nos incomoda.
Curioso que me lembrei de um professor de um colega meu, de antropologia, estava fazendo um estudo sobre a rea��o de grupos de jovens de diferentes classes socias depois de assistirem sess�es do filme "Cidade de Deus"em diferentes partes da cidade do Rio. Depois de sair de uma sess�o no Leblon, os adolescentes, soridentes e extasiados, diriam algo como "puxa, cara, q maneiro aquilo, viu? mto legal os efeitos! caraca, tiro pra tudo quanto � lado! mto foda!!!" como se o filme fosse apenas uma agrad�vel surpresa do entretenimento brasileiro capaz de fazer frente a um bom filme de a��o americano. J� depois de uma sess�o em Madureira, a rea��o dos adolescentes, cabisbaixos e pensativos, n�o foi algo muito diferente de "poxa........cara.......muito sinistro neh? trist�o ae.... po.... e acontece em todo lugar isso neh.... foda...vida eh isso..."
Cidade Partida, diria Zuenir Ventura.
sexta-feira, fevereiro 14, 2003
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