sexta-feira, dezembro 31, 2004

Aproveitando a última vez que a data destes posts mostrarão o ano de 2004...

Céus, como eu odeio Reveillón.
É incrível, mas não tem como não ser pessimista. Todo mundo sabe que nessa época tudo fica uma zona, ainda mais no Brasil, ainda mais no Rio, e toda corja de gente desagradável passa a fazer as coisas mais desagradáveis possíveis - e eu, que não pertenço à este lugar, é quem sofre.

Eu não estou de branco, não pulo ondinhas, não me conecto em "energia positiva", sinto pena das vítimas do tsunami. Eu invejo - e muito - quem nessa hora está em um show em Londres, talvez com o New Order, ou o Radiohead, Muse, ou alguma banda maneira tocando, onde não existe cobertura da Globo, onde não tem praia, não tem contagem regressiva e muito menos essa farofada de fogos. Nesas horas gostaria simplesmente de dormir até amanhã, evitando todo o processo traumático de fazer sorriso falso e festejar algo sem motivo, distribuindo abraços e tapinhas com direito a pulinhos e comedeiras.

Deixei de estar perto de muitas pessoas de quem gosto nesta hora, depois de um ano que deixei de fazer muitas coisas úteis.

Dessa vez não deixo mensagens revigorantes, porque não tenho humor. Olhem na do ano passado que foi bem inspirada, e troquem o número do ano.


terça-feira, outubro 26, 2004

Nossa, meu blog anda pior que minha vida.

Abandonado, tadinho, largado em um canto escuro... olhem só para essas paredes!
Que sensação de estranheza, um ambiente já tão familiar, mas que se estratificou no mesmo, e hoje aos frangalhos do esquecimento. Mas não é culpa dele, tadinho, eu que não tenho criatividade para escrever tanto quanto antes.

Aliás, dizem que a criatividade está intimamente vinculada com a percepção, e que novos ambientes, novos lugares, novas pessoas, enfim, tudo de novo que você conhece estimula sua mente a trabalhar. O novo gera o novo (quase como dinheiro traz mais dinheiro).

Então, porque tanta banda nova faz tanta música ruim?

(Eu adoro essas minhas lógicas de condução de parágrafos... alguém consegue me entender?)

domingo, outubro 03, 2004

Típico de meus pensamento de ônibus, ocorreu à minha mente:

"O Brasil é o melhor país do mundo, com certeza."

Claro, questionei minha afirmação:

"Hiato pensativo... está faltando alguma coisa..."

Depois de 5 segundos:

"Ps: especialmente para ricos e estrangeiros"

quarta-feira, setembro 08, 2004

Tá.
Eu sei.
Bons MESES sem aparecer.
Para escrever em um blog que mal será lido? Principalmente agora depois do advento fotolog/orkut. Quem, em sã consciência, iria entrar nas catacumbas da internet para achar um blog como este, sem imagens, sem apelações, sem cor-de-rosa de fundo e com um autor "Ki NaUm IxClevE AxIm"?

Bem, por pura preguiça de fazer um email e invadir as listas de meus amigos, preferi colocar aqui algo que acabei de ler, e deixá-los digerir de forma passiva - porque vai fazer sua cabeça trabalhar melhor. É meio grande, mas...

Dizem que foi uma pesquisa da Aol:

"As loucas baladas dos paulistinhas endinheirados"

Ecstasy, cocaína, maconha, champanhe, sexo grupal e muita arrogância. A reportagem da AOL acompanhou uma balada da "Geração $", formada por filhos da alta sociedade paulistana

Por Rodrigo Brancatelli

A estudante de Administração Nicole*, de 21 anos, estará daqui a algumas horas desmaiada no quarto 231 do Hospital Alvorada, na zona sul de São Paulo, com a sua calça Gucci suja de vômito e com um cateter na veia por meio do qual ela receberá altas quantidades de glicose para rebater o efeito do excesso de álcool. Nicole mal irá se lembrar de, no espaço de horas, ter fumado dois cigarros de maconha, tomado um ecstasy na forma de coração e outro na forma das orelhas do Mickey Mouse, bebido uma garrafa inteira de champanhe Möet et Chandon e ter feito sexo com dois garotos que nunca viu na vida.

"Comigo tem que ser assim mesmo. Tudo aos extremos", diz a garota, filha de um conhecido empresário do ramo têxtil. "Gosto de dar para um monte de caras, de misturar Prozac com champanhe, de cheirar cocaína até meu nariz sangrar. E não me importo com a sua opinião moralista, típica da classe média. Tenho dinheiro suficiente para não me preocupar com você ou com mais ninguém. A minha felicidade está na minha conta bancária", dizia ela ao repórter enquanto se preparava para a balada.

Nicole faz parte de uma geração escancaradamente frívola e preconceituosa, formada por filhos de gente muito rica. É a "Geração $", como eles gostam de se definir. Têm a vida inteira pela frente e nenhuma preocupação com assuntos que assombram outras pessoas, como falta de dinheiro ou necessidade de escolha de uma profissão para ganhar a vida. Não há limites para eles. O que mais querem é curtir a juventude com o que acham que têm direito, incluindo drogas, sexo e uma boa dose de sentimento de superioridade.

"Eu sou o tipo de pessoa que os pobres e a classe média odeiam porque posso torrar R$ 5 mil em um vestido para usar apenas uma vez e depois encostá-lo no armário", diz Nicole ao repórter. "Não consigo ficar assistindo tevê em casa ou trabalhando em algum escritório estúpido na frente de um computador. Estou acima disso tudo. O dinheiro dos meus pais me possibilita curtir a vida sem preocupações e sem falsos moralismos".

Enquanto fala da vida, Nicole manda o motorista do seu Mercedes preto se apressar. O relógio Armani no pulso, avaliado em R$ 2 mil, avisa que já passa das 23h e todos seus amigos devem estar esperando furiosos na frente da Disco - conhecida como a balada mais cara e restrita de São Paulo, no bairro de Vila Olímpia, zona Sul da cidade. É sábado à noite, e a noite de São Paulo nem imagina o que Nicole e seus endinheirados colegas vão aprontar.

"Demorei porque a besta da empregada esqueceu de passar a minha calça Gucci", brinca a garota com os amigos ao descer do carro. "Definitivamente não dá para confiar em pessoas de cabelo pixaim." Fernanda, filha de um banqueiro que mora no Rio de Janeiro e que mantém apartamento em São Paulo para temporadas, ri escandalosamente da observação da amiga Nicole. Além de compartilhar da visão do mundo, as duas são fisicamente parecidas. Morenas, baixinhas e superproduzidas. "Empregada é uma droga mesmo", diz a carioca de 20 anos que largou recentemente a faculdade de Publicidade e ainda não decidiu o quê estudará a seguir. Ela veste um modelito exclusivo assinado
pelo estilista Alexandre Herchcovitch. "Todas as empregadas são ignorantes. É por isso que elas têm de ganhar salário mínimo. É o valor da suas mediocridades."

Fernanda está acompanhada de mais três meninas que aparentam ter a mesma idade e de dois garotos já mais velhos, com mais ou menos 25 anos. Todos têm pais ilustres - duas são filhas de empresários bem sucedidos, a outra é herdeira de um fazendeiro do interior paulista, o garoto loiro é filho de político. Apenas um deles é uma incógnita. Seu nome é Carlos, e sua origem nunca foi colocada em discussão pelos colegas. "Um dia apareceu do nada em uma balada, dirigindo um Porshe Boxter e com muitos ecstasys no bolso. Não precisou explicar de onde vem para ser incluído na turma" explica Nicole.

A fila na frente da Disco quase dobra o quarteirão, mas uma nota R$ 50 na mão do segurança é o suficiente para que Nicole e seus amigos a furem. A entrada custa R$ 70 para homens e R$ 35 para mulheres, mas eles desembolsam mais R$ 100 cada um para ter direito a entrar no camarote. "Somos VIP's, merecemos tratamento diferenciado", diz Fernanda, enquanto abre uma garrafa de champanhe Möet et Chandon - a primeira de sete que serão consumidas na noitada, ao custo de R$ 120 cada.

No camarote, fica mais fácil para Carlos disfarçar uma carreira de cocaína que prepara em cima de uma mesinha de madeira. Os amigos brincam que ele tem o nariz nervoso, não consegue ficar um dia sequer longe do pó. Fernanda percebe o gesto e corre para filar um pouco da droga enquanto Nicole, do outro lado do camarote, amassa a roupa cuidadosamente escolhida com um rapaz mais velho que acabara de encontrar. Dias depois, procurada pela reportagem da AOL, a direção da Disco, por meio da assessoria de imprensa, diria que os clientes pegos com drogas no interior da casa são colocados para fora.

Depois de duas horas e R$ 890 gastos em bebidas, o grupo decide deixar a balada e procurar algum outro lugar para terminar a noite. Ou melhor, para começá-la de fato. "Vamos para a minha casa, hoje não tem ninguém lá, meus pais estão viajando", sugere Fernanda. "Podemos comprar umas bebidas, ligar para uns amigos e fazer a festa lá mesmo. Com quantas pessoas será que eu vou transar hoje?"

A idéia de Fernanda até que foi comportada para os seus padrões. Da última vez que convidou os amigos para ir até a sua casa no Jardim Lusitânia - uma mansão na zona Sul de São Paulo com três salas, sete quartos, duas cozinhas, um pátio que se derrama na parte dos fundos com a piscina, uma edícola destinada aos hóspedes dos donos da casa e, num canto, um canil, abrigo de três cães, dois deles belíssimos huskies siberianos -, ela pagou três prostitutas e dois garotos de programa para animar a reunião. De outra vez, fez uma vaquinha e comprou 100 gramas de cocaína. Tudo foi consumido na mesma noite. Os amigos da garota contam que ela, numa das baladas que deu, fez sexo com três amigos de infância na piscina, ao mesmo tempo, enquanto os vizinhos viam e ouviam tudo.

São quase três horas da madrugada e as pajeros, mercedes e BMW's começam a se enfileirar na porta do número 482. Em pouco tempo, há cerca de 25 jovens no local. Todos da turma são muito parecidos - os garotos vestem camisa de algum estilista famoso e caro, Herchcovitch, Sommer ou Haten, e calça jeans igualmente exclusiva, mas que pareça estar bem suja. Já as meninas só usam preto, sempre de marca estrangeira, e não desgrudam de suas bolsas Louis Vuitton abarrotadas de ecstasys, maconha e, eventualmente, camisinhas.

A festinha particular começa a esquentar com uísque 12 anos misturado com energéticos. Fumaça de charuto e música eletrônica tomam conta da sala principal da mansão de dois andares. Para deixar as meninas mais "soltinhas", os garotos preparam um drink especial com vodca, suco em pó light e comprimidos de ecstasy picados em pedacinhos microscópicos. Quando elas se derem conta, já estarão dançando coladinhas sem as blusas e dando beijos calientes umas nas outras, no meio da sala decorada com uns poucos móveis antigos, de estilo europeu.

Para a maioria delas, não faz a menor diferença saber se tomaram drogas misturadas à bebida porque a intenção é ficar doidas mesmo. "Essas garotas aí estão loucas para dar", aponta o estudante de Administração Thomás, de 22 anos, herdeiro de um médico famoso e amigo de longa data de Fernanda. "A única coisa que elas têm para fazer na vida é gastar o dinheiro da família. As mais novas, aliás, são as mais danadas. Eu, por exemplo, transei com muita menininha filha de 'sei-lá-quem' dentro do meu Civic ou em banheiros de baladas. Já 'tracei' muitas Lolitas Pilles por aí.

Balada na Disco em São Paulo

Thomás se refere à escritora francesa de 19 anos, que chocou o mundo ao descrever tudo o que se passa no mundinho milionário de Paris no seu livro de estréia, Hell. A tradução em português chegou às livrarias do Brasil no final de 2003 e vem ocupando lugar de destaque nas prateleiras das livrarias. Nascida em berço de ouro e patricinha assumida, Lolita Pille passou boa parte de sua vida torrando o dinheiro dos pais nas lojas mais caras da capital francesa, desrespeitando regras de trânsito, enchendo a cara em hotéis de luxo e dançando até de manhã nas boates da moda.

Quando se cansou da farra, a garota escreveu 224 páginas denunciando a sua geração da forma mais crua possível. A galera endinheirada de Paris não perdoou. Lolita Pille passou a ser barrada nas baladas VIP's. "A 200 km/h pelas ruas de Paris, onde não é bom caminhar quando estamos no volante, misturamos álcool com cocaína e cocaína com ecstasy", escreve. "Eu sou um produto da Think Pink Generation. Minha crença: seja bela e consuma. Sou a musa do deus 'Aparência', sob o altar do qual eu queimo alegremente todo mês o equivalente ao seu salário".

Os relatos de Lolita poderiam muito bem ter sido escritos pela paulistana Nicole, pela amiga Fernanda, ou por qualquer uma das meninas que dançam e se beijam sem blusa na sala de estar da casa de piso de mármore claro do bairro paulistano de Jardim Lusitânia. "Entrei numa boate aos 14 anos e nunca mais sai", confessa a escritora francesa em Hell, numa de suas muitas tiradas infanto-niilistas. "De qualquer maneira, o que fazemos é vergonhoso. (...) E daí? É você quem paga a conta? Enfim, por hora está bom para mim. Minha única preocupação é o vestido que vou usar hoje..."

O uso de drogas na mansão de Fernanda é tão disseminado que até cinzas de cigarro chegam a ser confundidas com cocaína - e cheiradas sem que ninguém note a diferença. Num canto da sala, três caras fumam maconha e dividem uma pedra de ice, droga sintética, derivada da anfetamina, que parece um cubo de gelo, sem se importar com a presença de um estranho, o repórter da AOL. Noutro, duas adolescentes que não aparentam ter mais de 15 anos cheiram um vidro inteiro de B-25, ou cloreto de metileno, mais conhecido como cola de acrílico. E isso sem falar nas cápsulas de efedrina, de efeito estimulante, oferecidas como se fossem balas de goma.

Nicole, então, já usou e abusou de tudo nesta festa. E mesmo assim ela ainda quer mais. Em uma só tacada, engole dois comprimidos de ecstasy que estavam jogados em cima da bancada americana, plantada no meio da espaçosa cozinha principal, toda equipada com eletrodomésticos em aço inox. Um comprimido é rosa na forma de coração e o outro azul na forma das orelhas do personagem Mickey Mouse. "Tô bem, tô bem, ainda tô sóbria", balbucia, pouco antes de tropeçar em uma cadeira e cair estatelada no chão.

Dois caras levantam Nicole e carregam o seu corpo praticamente inanimado para uma das suítes do primeiro andar da casa. É o quarto dos pais de Fernanda que a essa altura está chorando copiosamente no banheiro, em uma crise nervosa causada pela cocaína. Nicole acorda e puxa os dois garotos desconhecidos para a cama, tira as calças e começa a fazer sexo sem se preocupar com os olhares curiosos dos que estão olhando pela porta aberta. O show não dura muito tempo - minutos depois, Nicole levanta correndo e tenta chegar até o banheiro. Em vão. Ela acaba vomitando em cima de um dos garotos, no piso de mármore. Vomita tanto que sai até bile.

"Sério que eu fiz tudo isso mesmo?", perguntaria Nicole mais tarde, enquanto deixava o quarto 231 do Hospital Alvorada. O braço direito até dóia de tanta glicose que foi injetada na sua veia. Com olheiras enormes, sua amiga Fernanda só tinha forças para responder afirmativamente com a cabeça. "Que saco! Eu sempre apago nos melhores momentos. Mas tudo bem, semana que vem tem mais. Fê, você tem certeza que não foi um plantonistazinho de merda que me atendeu? Porque esses residentes não sabem de nada, ganham uma merreca... Não posso ser atendida por um imbecil qualquer."


Daria um belo exagero. Mas, quem vai botar a mão no fogo de que isso não acontece?

sexta-feira, março 26, 2004

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quarta-feira, março 24, 2004

Já estamos em dois mil e quatro. Grande.
Acho que só agora conseguimos olhar pra trás e perceber com mais clareza o estilo dos anos que já passaram, porque certas coisas que nos são comuns hoje certamente causariam muito espanto em alguma época anterior.

Há dez anos atrás, era a vez de Pulp Fiction. Aquele foi um filme "cara" dos anos 90. Desde Urge Overkill cantando aquela música-tema de vários amassos no sofá "Girl You'll Be A Woman Soon" até um revival da discoteca, estava tudo ali, afinal, em essência.

Dentre tantos outros filmes "Anos 90" que poderíamos citar, como Trainspotting, Exterminador do Futuro 2, Kids, e um punhado de outros, vemos que um Oscar não é uma condição para implementar uma subcultura. E, aos poucos, estamos assistindo o molde cultural cinematográfico mais uma vez engendrando novos filhotes, que quase sem perceber invadem nossas gírias e conversas, para só conseguirem ser definitivamente "extraídos" daqui a uns dez anos, mais ou menos.

Particularmente não gosto de Matrix. Foi um algo de uma idéia mal aproveitada, e o "boom" que ela gerou rapidamente está morrendo, além de ter sido muito mais técnico do que propriamente ideológico e filosófico (essa sim teria sido uma grande arma do filme), e o que se seguiu foram filmes "matrix" e "não-matrix". Dispensável.
Mas agora, eis que surge algo de fato interessante. Um filme que prova que nem só de revoluções tecnológicas vive o cinema pop. Kill Bill é, de fato, um filme em potencial para ficar em nosso universo coloquial por um bom tempo, e que de forma direta ou indireta vai ser lembrado como algo interessante da "década 2000" (soa estranho falar assim, não?)

Antes de mais nada, devemos sempre entrar no clima do filme. Entender como o filme quer dizer o que diz. Kill Bill é um prato cheio, um anime em forma de filme de ação. E diverte como poucos. Trilha sonora inovadorae intocável, cenas de ação exquizidérrimamente protuberantes, roteiro bruto, uma Uma Thurman perfeita, lindas katanas-gillette e nada, absolutamente nada confortavelmente exibido, embora tudo esteja em seu devido lugar. Kill Bill tem o "punch", e apesar de não ser a "Paixão de Cristo", tem sangue, muito sangue.

Alias, esse tal "Paixão de Cristo", segundo sr.Mel Gibson...
Vi o filme na sexta feira de estréia, e de fato não me afastei muito da neutralidade. Como todos os filmes, tem seus altos e baixos, e como nem todos os filmes, tem suas polêmicas.
É um filme bem interessante, e tenta chegar bem perto do realismo cru, mas como todo filme de maneira nenhuma deve ser encarado como uma "verdade absoluta". As iniciativas de mostrar a tortura de Cristo de forma impactante, a ambientação impecável da época e os dialogos em aramaico do filme realmente chamam a atenção,mas aí que está o problema: chamam a atenção demais. O filme é muito mais centrado na física da tortura, o que seria proveitoso caso nao tivesse anulado quase completamente a mensagem por trás de todo aquele sofrimento, até porque ninguém duvida que a tortura romana fosse daquilo pra pior.
Para completar, um Jesus já caricato, um satanás à Marilyn Mansone um gostinho de "nossa, é isso? porque tanta polêmica?".

Proporções à parte, veja o filme, e mais do que isso, leia a Bíblia.



quarta-feira, março 10, 2004

Primeiro post efetivo do ano.
Depois de um mês de computador queimado, depois de substituída cada peça do dito cujo para descobrir que a única que estava efetivamente com defeito era a última que iria desconfiar - o processador (o que prova por A+B que Murphy sempre está certo).

Alegre momento informativo musical.

Por mais triste que fico cada vez que ando pelas bancas de mercado negro de cds raros importados no centro da cidade, não me contento em não conseguir comprar nada de novo, e vou eu lá na internet fuçar (por mais que eu prefira ter um cd "de verdade", com encarte bonitinho, cheirando a novo, etc)
Nestas fuçadas, descubro bandas como o Delerium, que magicamente me faz voltar como que aos meus treze anos de idade, quando cantarolava músicas dos anos 80 enquanto ia para o colégio de manhã. A pequena diferença é que agora estou alguns bons anos mais velho, mas ainda capaz de nutrir a mesma alegria quando ouço uma banda que produz música de qualidade suficientemente boa como esses caras. Daí me pergunto, porque que esse tipo de música não toca nas rádios daqui?
Dia desses estava reparando como tenho me tornado uma pessoa chata. Das 10 músicas farofas que aparecem nas rádios, eu detesto 11. Fico impressionado de como eu posso odiar tanta coisa, e vem minha consciência falar comigo "poxa, você está sendo crítico demais com os novos artistas da música pop brasileira e internacional, dê uma ouvida melhor!". E lá vou eu de novo, mais maleável, tentando escutar e me convencer de que essas músicas são boas e legais, e que eu estou me tornando insuportável. Mas não dá. Meia hora depois, vem minha consciência me dizer "é... não é você que está mal de ouvido, são essas músicas que estão ruins mesmo" e juntos, eu e minha consciência ficamos relembrando os bons tempos em que se ligava a rádio e se escutava "Black Hole Sun" do Soundgarden, "Lightning Crashes" do Live, ou até mesmo "Wonderwall" do Oasis e "Bittersweet Symphony" do Verve.
Gente, quem comeu a criatividade?
(tá, Evanescence é até legalzinho, mas só eles não fazem frente com tanta coisa ruim por aí...)

Ah, catem Delerium por aí.